Eficiência energética na iluminação pública

A fatura relativa à iluminação pública pode  ultrapassar 50% do total do orçamento dos municípios. No entanto, nos últimos anos tem-se verificado uma tendência de crescimento da rede de iluminação pública (cerca de 4 a 5% por ano).

Segundo a Associação das Agências de Energia e Ambiente – Rede Nacional, o potencial de redução de consumos com iluminação pública (IP) pode chegar aos 700 GWh/ano e a uma redução de 260 000 ton/ano nas emissões de dióxido de carbono.

O Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética define, entre outras áreas, um conjunto de medidas de eficiência energética na área do Estado, que incluem a “Iluminação Pública Eficiente”.

Também o Programa de Eficiência Energética na Administração Pública, que visa reduzir 30% da fatura energética do Estado até 2020, atribui especial importância ao desenvolvimento de ações dirigidas à utilização racional de energia e ao aumento da eficiência energético-ambiental em equipamentos de iluminação pública.

No seio de um grupo de trabalho constituído por iniciativa da Secretaria de Estado da Energia e que integrou os principais atores no domínio da iluminação pública em Portugal (Agência para a Energia, Associação Nacional dos Município Portugueses, Centro Português de Iluminação, EDP Distribuição, Ordem dos Engenheiros e Associação das Agências de Energia e Ambiente – Rede Nacional), foi criado o “Documento de Referência para a Eficiência Energética na Iluminação Pública” (DREEIP), o qual tem como objetivo estabelecer, como referência, uma série de parâmetros técnicos que deve seguir um projeto de IP, de modo a se obter uma maior eficiência energética desta tipologia de instalações e, consequentemente, conduzir a uma diminuição das emissões de dióxido de carbono, durante o período de utilização das mesmas.

O documento aponta ainda para a classificação energética de uma instalação de IP com recurso a um código de letras (como acontece já em alguns eletrodomésticos e também nos edifícios, por exemplo) e referencia o modo e o conteúdo de apresentação de um projeto de IP eficiente do ponto de vista energético e lumínico.

Desta forma, define as linhas orientadoras para que uma determinada via tenha uma instalação de IP adequada às suas características, de modo a obter-se uma iluminação eficaz, rentável e energeticamente mais eficiente.

O DREEIP pretende ainda dotar as entidades responsáveis pela gestão da iluminação pública de uma ferramenta que sirva de base à elaboração dos respetivos regulamentos municipais de iluminação pública ou planos diretores de iluminação pública.

Fonte: artigo elaborado em parceria pela Verlag Dashöfer e pela Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo